segunda-feira, julho 11, 2005

Regresso de fim de semana na praia

Como é dramático regressar a casa depois de um merecido e repousante fim de semana, retemperador do árduo trabalho do dia a dia!
Só que estamos em Portugal, onde tudo é diferente; bem diferente de tudo em que é plausível acreditar.
E por isso mesmo, prestem a vossa aturada atenção e constatem, como é brilhante a deseducação e o anti-civismo de certos portugo-finórios povoléucos, autênticos energúmenos catedráticos da espertalhice saloia e cobardógena deste País.
Quem se vir metido nestas alhadas do trânsito nos finais de domingo, repare bem, pois, na grande poalha desses desprezivéis esperto-machões, orgulhosos do bronzeados dos seus poderosos braçalhões, conquistados nos clubes de musculação, nas oficinas e mais modernamente nos solários artificiais, que começam a pulular por toda a parte, à boa maneira piroso-nacional, a sair das cavas das camisola de alças, compradas, algumas, nos hipermercados, outras em feiras de ciganos, sempre de marca contrafeita à boa maneira da vigarice paternalistamente tolerada, óculos escuros empinados no alta das suas ôcas cabeças, frontes enrrugadas ao bom estilo de mauzão de fazer tremer de terror, todos os que no mesmo sentido circulam.
Habitualmente montados em carros de cores berrantes, suspensões rebaixadas, som no máximo da capacidade auto-radiofónica, recondiccionados com alerons, duplo escape e triplicação fraudulenta da potência em cavalos, que sinalizando com os dois piscas, como se conduzissem uma emergência para um qualquer hospital e conduzindo nos espaços laterais à faixa de rodagem, que deveriam ser respeitados e salvaguardados para a passagem de reais emergências : ambulâncias, bombeiros etc..., aí se vão infiltrando eles nas filas e passando serenamente á frente dos demais palermas, que lho vão permitindo, como se fossem autênticos heróis.
Pena é, que emocionalmente se sinta agora tão desejada e afinal necessária a presença da polícia ( sempre infelizmente inexistente ) para educar tais indignos bastardos e ensinar-lhes as regras mais elementares do respeito cívico.
É claro, que é nestas pequenas coisas, sobre as quais tantas vezes reflectimos, que chegamos à triste e inexorável conclusão a que o velho Lorde Inglês ja tinha chegado há mais de século: para se fazer um senhor são necessárias , pelo menos duas ou três gerações, regra que em Portugal não se aplica, pois por cá, nem com uma catástrofe o problema se resolveria.
Coisas rácicas talvez?!
Somos os maiores, sobretudo nas coisas piores, o que tem a sua importância porque , afinal o que é preciso é rimar, palmada nas costas, somos todos iguais e outras tantas imbecilidades deste povo que parece ter perdido as poucas referências que algum dia teve.
Se pudesse voltar atrás no tempo, isto era lugar onde nunca quereria viver: um lugar à beira dos abismos para os quais todos vamos sendo empurrados, e dos quais parece não se poder perspectivar regresso possível.

2 comentários:

Alírio Camposana disse...

Caro Jorge, só posso exclamar, livra!

Aonde é que o amigo habita? Pelo menos aqui, na praia que frequento, eles são um bocadito menos evoluidos, tal como escrevi no «vamos à praia».

Cumprimentos AVC

Jorge disse...

Meu caro avc
Habito, para infelicidade minha nesta espécie de grande parvónia do terceiro mundo a que chamam capital, que de facto não passa de um local de penoso sofrimento, feio, porco a raiar as margens de qualquer grande cidade africana, para os desventurdos que para aqui se tiveram de deslocalizar.