domingo, janeiro 29, 2006

Neve em Portugal



Neve em Lisboa e por esse Portugal aí...
Sorri, num misto de espanto e alegria.
A razão do meu espanto: hoje caía neve em Lisboa, coisa que nunca me passara pela minha já velha cabeça, pois só vira tal fenómeno passados já cerca de cinquenta anos...,
Da minha alegria, por ter nos meus braços a minha querida neta, de três tenros anitos, olhos esbugalhados, em frente da larga porta envidarçada da minha varandas, a olhar os flocos brancos que tombavam dos céus.
Janelas abertas, os papalvos sabidões da capital, olhavam o fenómeno raríssimo, com se houvesse festa.
Pode dizer-se o mesmo de quem, só muito tarde , aos dezassete, dezóito anos, viu o mar pela primeira vez, o meu caso.
De todo o modo, o invulgar acontecido foi uma festa.
Neve em Portugal
Alertas e mais alertas ridículos, da fantasmagórica protecção civil, como se de um cataclismo se tratasse!
Como tudo está diferente!
Por momentos, regressei às origens.
Recordei os invernos, em que, enregelado, tinha de ir para a escola, dias seguidos, tiritando de frio, mãos engaranhadas, incapazes de escrever, no meu cada vez mais saudoso canto nordeste de Portugal, essa terra de gentes abandonadas de poderes e vontades, debaixo de terríveis nevões e inacreditáveis baixas temperaturas, que reduziam a minha pacata, nesse tempo, simples cidadezinha Bragançana, a um lugar branco, silêncio sepulcral, pois que quando há uma daquelas nevadas que já rareiam, até os sons são emudecidos..., metabolizados... edigeridos, pelo majestoso manto alvo dos nevões, cobrindo ruas, ruelas, becos, travessas e montanhas.
Foi bom ver nevar outta vez antes do meu regresso final à minha origem, à belíssima montanha do meu sempre presente imaginário: constatável na imagem que aqui lhes deixo da montanha que me viu nascer: A majestosa Montesinho.

sexta-feira, janeiro 27, 2006

O reencontro


Noite memorável, a que tive a felicidade indescritível de partilhar na sede da diáspora transmontana, em Lisboa, com o meu povo, a minha gente, essa gente de tão longe, do lá longe da nossa saudosa terra granítica de um nordeste alcantilado, inigualável e único lugar, o verdadeiramente nosso canto transmontano, invendável das suas honra e galhardia, rude, áspero, mas simples, hospitaleiro, sem subserviência, honrado, e, definitivamente, terra de gente de coragem não bacoca, independente, gente de uma imparável e indestrutível identidade, gente da terra onde tivemos a honra de nascer há tantos anos.
Gente sempre esquecida de poderes tacanhos, de poderes que vêm de tempos sempre para nós tempos infinitos, tão esquecidos sempre fomos, quer por aristocracias rebentadas, até à última, aquela a que um Buiça transmontano, ajoelhado, em pleno Rossio, pôs fim com um corajoso e certeiro tiro regicida, gente esquecida dos poderes do negrume da noite Salazarista, esquecimento continuado até hoje pelo descalabro político a que este nosso País não conseguiu fugir, como se de um triste fado de predestinação fossemos as vítimas de palco.
E à volta dos sabores de um vinho novo, só tão nosso, de um fumeiro único, talvez só por nós engrandecido, tal é a intensidade das nossas memórias de cheiros, sabores, sotaques.,.. e outras emoções, tão só nossas também, envolvidos na confusão de recordações de amigos há muito ausentes, gente que se fez a si própria, sem empurrões tão típicos da portugalidade, gente que vindo do nada, tantas vezes, chegou mais longe do que o imaginável, facto de que tanto nos orgulhamos, gente que granjeou estatuto de maioridade em todos os campos do trabalho, e agora ternamente reencontrada, foi com a pele crispada pela emoção e de orgulho que recebemos uma figura singular, um homem de uma indisfarçável generosidade, coração grande como grande o é na sua admirável poesia, autor emérito de numerosas obras, indo mesmo até aos meandros do teatro, homem de ímpar sensibilidade, escultor também, e, sem dúvida, com o poder de caminhar pelos caminhos difíceis de uma pintura de altíssima qualidade: António Afonso (poemarte. blogspot.com).
É ele que hoje finalmente conheci na sua totalidade: na sua verdadeira face de homem simples, na sua grandeza sem vedetismos parolóides e que este maldito Pais ainda não teve a coragem de reconhecer como um dos seus ilustres filhos, talvez tão só, porque os lobbies das pseudo-culturas, estão sempre nesta aldeia grande, esta dita capital, lugar bonitinho só, de um saloísmo esgotado e bafiento lisboeto-patetóide, em que os louros vão sempre para os mesmos: os de cá, os Prados Coelhos..., os amigos dos críticos disto ou daquilo...,etc..., porque nós, por cá por Portugal, e nesta Lisboa, particularmente, temos especialistas em tudo,não se sabendo quem lhes conferiu essa qualidade,..., os amigos desde e daquele..., os que, enfim, se tomam por conhecedores únicos de toda a ciência e arte. ,
Os outros, aqueles que são de longe, das terra de Torga e outros grandes, são olhados como provincianos e alvos de um esquecimento, que afinal não passa de um esquecimento pura e simplesmente baseado no sórdido sentimento de uma merdosa inveja.
Penso que ele, o António, se não importará de que aqui deixe o denso retrato do poema que hoje tive a felicidade de receber das suas mãos, poema que figurará numa placa de ouro às portas da minha cidade natal, lugar de toda a minha saudade: a minha querida e vetusta secular Bragança.

De António Afonso

A minha cidade tem um rio
por detrás de muros antigos e pedras gastas
e onde todas as ruas
pertencem à dormência do tempo.
Onde praças e jardins de Abril
se cobrem de flores e carícias de lés a lés.
Nas mãos voláteis
aqui acendo versos de fogo sobre os sentidos
Quando por dentro da noite
se acende a música
em espirais de som até à torre mais alta do castelo.
A minha cidade tem um rio
e uma ponte sobre o tempo
irrompendo pela manhã.

segunda-feira, janeiro 23, 2006

Esquerda/Direita volver!!!

A grande confusão esquerda direita

Porque será que há por aí tanto esquerdista que de esquerdista pouco ou nada têm, esquerda ou pseudo-esquerda essa que se arroga de detentora da verdade universal e na qual já muitos não acreeditam?!.
Com mais um pequeno empurrão da sua supina arrogância e fanatismo histérico, estigmatizado na pessoa do irascível demagogo Louçã, vão aprender que aquilo que propalam, não passa de arruaça bolorenta, landonas vazias de tudo, TRETAS E MAIS TRETAS, BOCA CHEIA DE SOLIDARIEDADES MENTIROSAS, e que há que respeitar aqueles que na práctica são homens de uma verdadeira esquerda moderna e democrática.
Não se fartam já, logo segundos após a derrota eleitoral, de invectivar Alegre, culpando-o do desastre ocorrido e que estava á vista de todos, menos daqueles que não o queriam ver.Os modelos trotzquistas do lobo-cordeiro Louçã, gastos até às gáspeas, bolorentos e passadistas, acabaram por ser desmascarados e a verdade Albanesa virá um dia ao de cima, contando como nas fileiras dessa espécie de partidelho se acolitam os mais exuberantes exemplos dos filhinhos da grande burguesia, porque a história, de facto, se repete: vão ali parar, porque é moda, e tão só por isso, exceptuando, claro, os poucos que ainda são genuinamente aquilo e que são muito ou tanto respeitáveis, como qualquer um que democraticamente defende os seus verdeiros ideais.
Agora essa rapaziada vinagrenta vai ter de engolir o sapo, a menos que se decida por um golpe de Estado, combinado no Martinho D'Arcada ou num outro lugar de luxo da capital e não numa qualquer tasca proletária da capital, para desdizer a letra com a careta.Fiquei feliz por ver Jerónimo de Sousa, homem honesto, educado, crdato e civilizado, ganhar direito ao respeito político; por Alegre ganhar um difícil segundo lugar, e, quase diriaum tanto triste por ver um homem que poderia acabar uma carreira política como um verdadeiro Senhor e, afinal, sair pela porta das trazeiras, mais do que humilhado, tudo graçaz à sua desmedida ânsia de poder ou quem sabe?..., mais qualquer coisa.... O Dr Soares não quis ouvir a voz da razoabilidade, convencido que o ovo estaria sempre na cloaca da galinha, que eram favas contadas, fascismo nunca mais, o povo e sereno, é só fumaça, e demais landonas e tretas, tudo fruto das funestas influências que o envolveram, fazendo-o acreditar que a Nª Srª de Fátima , afinal, não é balela e que o milagre se repetiria...
E o que fará agora a mandatária de Soares: a talentosa pirosona Coimbrã, Joana Amaral Dias, que é um verdadeiro génio da palermice convencida, do provincianismo luso-ateniense...?Será que os bloquistas a receberam de volta, como uma filha pródiga que confessará estar arrependida de se ter metido em tal alhada? Ser ou não ser, isto ou aquilo,..., ou coisa nenhuma...Lá se vai o tacho, querida menina!...Portugal tem um novo presidente e é obrigação de todos respeitá-lo, como temos feito com os antecedentes, mesmo que neles não tenhamos votado, porque assim é que é bonito, assim é que mandam as verdeiras regras da democracia que desejariamos conseguir almejar neste País de tontos que nós somos

domingo, janeiro 22, 2006

País cinzento



Outro dia de elições.
Outro dia de gastos que este pobre País não pode mais suportar.
Promessas, demagogia, ansias de poder!
E lá fui eu cumprir a minha obrigação neste dia, em que as previsões anunciavam ser de sol radiante e que, afinal, amanheceu cinzentão, como cinzento é o povo que vi votar: gentes de toda a espécie, vestidos de escuro, ar pobre, triste, ou falsamente sorridente pela sua incontornável ignorância, velhos, deficientes, desdentados, feios..., ...( o que os pontinhos deixam, como que implícito, facilmente se adivinha-se), em suma a tristeza de um povo que um dia almejou uma liberdade, que veio de forma inadequada, mal compreendida, enganosa,...um País a morrer, mesmo que à hora dos resultados sorria porque pensa que ganhou.
E, no entanto, continua a haver gente que ainda não percebeu que não ganhou coisa nenhuma para além do que está escrito no fado deste povo de tão tristes horizontes: os horizontes do empobrecimento, da incultura, da não saú de e educação, o povo que apertando a palma nela nada encontrará.
País à beira mar plantado num cinzento inexoravelmente definitivo como a fotografia bem expressa, um cinzento tão igual ao das almas tristonhas de quem não antevê melhores dias.

quarta-feira, janeiro 18, 2006

Existe um país...
Existe um país onde um cidadão de 81 anos, agora já esclerosado pelo tempo, que depois de ter cumprido 10 anos de mandato como Presidente da República e de ter estado 10 anos de molho decide candidatar-se novamente para salvar o país de um fantasma, passando por cima de um amigo de longa data.( amigo?: será que ele e os seus pares são amigos de alguém senão da sua própria arrogância e empáfia incontidas na ânsia de um protagonismo bacôco?!)
Existe um país onde três candidatos autárquicos com fortes probabilidades de vencer, estão indiciados por processos fraudulentos e uma outra candidata com mandato de prisão emitido e foragida no Brasil, tem toda a cidade a aguardá-la tal qual D.Sebastião.
Existe um país onde o único escritor galardoado com o prémio nobel da Literatura vive no país vizinho.
Existe um país de onde é oriundo aquele que é considerado o melhor treinador de futebol da actualidade, cujo seleccionador nacional é estrangeiro ( mas que pelo menos parece ser um homem capaz)
Existe um país onde o maior sucesso nacional do ano é um disco de originais de um músico que morreu há quinze anos. ( música de qualidade intrínseca e do ponto de vista harmónico-melódico é tão pobre como o mais pobre dos fadunchos popularuchos e pacoventos)
Existe um país onde o nome da mascote do principal evento desportivo alguma vez organizado começa por uma letra (k) que não faz parte do seu alfabeto.
Existe um país onde há 10 estádios novos em folha mas não temos sequer 2 ou 3 hospitais dignos do nome, mas mais se assemelhando a unidades de saúde do quarto mundo
Existe um país onde os polícias são os únicos que andam sem cinto (eles não têm acidentes?), que são constatemente desrespeitados por qualquer dito democrata de pacotilha, neste País de palmada nas costas, de desdentados e feios, de exigentes de tudo e de nada, de todos somos iguais: bons ou péssimos, de politiqueiros agarotados, corruptos e incompetentes... (eles polícias que têm de comprar as suas próprias fardas, coletes à prova de bala, algemas e outras coisas mais, verdadeiramente inacreditáveis, para além de receberem salários tão reles, que são um convite aberto à corrupção).
Existe um país onde há pessoas que não têm dinheiro para gastar no dentista, mas andam de Audi e Mercedes, têm dois ou mais telemóveis, 3 ou mais televisões, DVDs, videos,...GPS , para ir da Madragôa à rua da Betesga....
Existe um País que já não existe: uma terra de facilitismo, pouca vergonha, de ladrõezecos, de traficantes, de vigaristas de vão de escada..., mas de verdadeira Democracia e liberdades!!!! ó triteza infinda, ó pequenez de espirito..., Abril sempre..., País de profundíssima ignorância, analfabetismo e iletracia, País de quem outros, os verdadeiros europeus, se riem a bandeiras despregadas..., um País falsamente anti-racista, cripto-paternalisto-proteccionista de pretos, amarelos, vermelhos, ciganos, e de outras cores ou etnias, para onde vem parar toda a a espécie de gente, boa, má péssima, feia, porca ou repelente, com se isto aqui fosse um asilo final, que nem para os indígenas tem a menor das eficácias; País onde o desemprego grassa deixando os trabalhadores sem meios para pagar a prestação dos carros, da casa própria, dos DVDs, das férias nas Caraíbas ou no Brasil, pagas com dinheiro plástico, em trinta prestações, engordando uma Banca, cada vez mais gorda, etc, etc, etc,...uma dor de alma!!!
Existe um País onde ainda há quem não tenha uma retrete decente ou, o minimo dos mínimos: água canalizada, electricidade,...etc,....
Existe um País que ainda não percebeu que não tem ideais patrióticos e vota com se votar, fosse como o amor clubista, votando verde, vermelho, azul, etc..., Benfica, FCP, SPC ..., ignorando o que de facto é real e de todos os males o menor, Votar em quem oferece oum minimo de garantias nesta profunda confusão que por aí vai...
Existe um País onde a televisão é o melhor meio de deseducar, chefiada por bandos de autênticos gangsteres a quem mais convém que os cidadãos sejam ignorantes para poderem vender o seu lixo abominável,...
Existe um País que espero que no próximo domingo não faça a escolha errada, só porque não lhe agrada ter de se submeter à disciplina dos que pertencem ao mundo civilizado.
Existe um País, que porventura merece pagar pela sua ignorância e pequenez de ideias, a quem bandos de energúmenos, vivendo do parasitismo politiquento, gentes inqualificáveis, convenceram de que tudo se resolverá num contexto de um paternalismo Salazarista, que as desgraças só acontecem aos outros...
Existe um País de onde me apetece fugir para não mais voltar!
Existe um País que de facto , afinal não existe!
Existe um País à venda que ninguém quer comprar.
E esse país estranho e irrepetitível, é infelizmente o meu país.

terça-feira, janeiro 17, 2006

Palhaço tristeDesarrmonia




















Palhaço riste
Óleo sobre tela(1.200cmx1.000cm)
Publicado sobre autorização do coleccionador proprietário.
Chiotti 2004
 Posted by Picasa

domingo, janeiro 15, 2006

A força da cunha portugo-congénita

Peça genuinamente Portuguesa num só infame acto.
Autor anónimo
Encenação: da malta fixe!!!

Ouvem-se as três celebres pancadas.
O Pano sobe lentamente e enquanto de dissipa uma mistela sonora dos hinos dos clubes de futebol falidos da super-liga começa-se a ouvir ao longe em gritaria histérica, misturada com a melodia "Grândola Vila Morena":
...MFA;MFA;MFA,...O povo é quem mais ordena...Grandôla vila... mor...,tal e tal,...tal....,

A cena passa-se numa pastelaria de luxo, logo à hora do pequeno almoço, com os protagonistas a procurarem lugar para a primeira refeição, na mesa mais recatada do estabelecimento.
Falam enquanto se dirigem ao lugar escolhido pelo seu aparente aspecto de quase total privacidade

Empresário:
- Bom dia Sr. Eng., há quanto tempo??!!!
Ministro:
- Olha, olha, então está tudo bem?!
Empresário:
- Eh pá, mais ou menos, tenho o meu filho desempregado! Tu é que eras homem para me desenrascar o miúdo
Ministro:
- E que habilitacões ele tem?!
Empresário:
- Tem o 12º completo
Ministro:
- O que que ele sabe fazer?!
Empresário:
- Nada, sabe ir para a Discoteca e deitar-se às tantas da manhã
Ministro:
- Posso arranjar-lhe um lugar como Assessor. Fica a ganhar cerca de 4000, agrada-te?!

Empresário:
- Isso é muito dinheiro, pá! Com a cabeça que ele tem, era uma desgraça! Não arranjas algo com um ordenado mais baixo?!
Ministro:
- Sim, sim, um lugar de Secretario! Aí ainda se ganham 3000
Empresário:
- Ainda é muito dinheiro! Não tens nada volta dos 600/700???
Ministro:
- Eh pá, isso não, para esse ordenado, tem de ser Licenciado, falar Inglês e dominar Informática.

O PANO DESCE LENTAMENTE.

Na plateia, ouvem-se aplausos estrepitosos entre gritos histéricos de uma multidão, onde, desde esquerdista, direitistas,antigos bufos da pide, desempregados, putas, mulheres a dias, funcionários públicos, ministros secretários de estado, sub-secretários, contínuos, inspectores disto e daquilo, etc. ... e toda uma indescritível poalha de outors patetas..., dando vivas à democracia, sempre, 25 de Abril sempre, viva o MFA, enquanto numa das filas um rancho fólclorico alentejano entoa a celebre canção, oscilando muito lentamente de lado para lado os seus corpinhos campestres, ao ritmo da mesma, pescoços atados ass lencinhos vermelhos de jarretas pioneiros,...

Reformados , mas pouco!


REFORMADOS ACTIVOS
SOMOS OS MELHORES
País dos Reformados
Ao menos num capítulo ninguém nos bate, seja na Europa, nas Américas ou na Oceânia: nas políticas sociais de integração e valorização dos reformados.
Aí estamos na vanguarda, mas muito na vanguarda.
De acordo, aliás, com estes novos tempos, em que a esperança de vida é maior e, portanto, não devem ser postas na prateleira pessoas ainda com tanto a dar à sociedade.
Nos últimos tempos, quase não passa dia sem que haja notícias animadoras a este respeito.
E nós que não sabíamos!
Ora vejam:- o nosso Presidente da República é um reformado;
o nosso mais "mortinho por ser" candidato a Presidente da República é um reformado;
o nosso ministro das Finanças é um reformado;
o nosso anterior ministro das Finanças já era um reformado;
o ministro das Obras Públicas é um reformado;
gestores ilustres e activíssimos como Mira Amaral (lembram-se?...) são reformados;
entre os autarcas, garantiu-o o presidente da ANMP, há "centenas, se não milhares" de reformados;
o presidente do Governo Regional da Madeira é, entre muitas outras coisas que a decência não me permite escrever aqui, um reformado;
e assim por diante...
Digam-me lá qual é o país da Europa que dá tanto e tão bom emprego a reformados, que valoriza os seus quadros independentemente de já estarem a ganhar uma pensãozita, que combate a exclusão e valoriza a experiência dos mais (ou menos...) velhos!
Ao menos, neste domínio, ninguém faz melhor que nós.
Ainda hão-de vir todos copiar este nosso tão generoso "Estado social"...
De, Joaquim Fidalgo, a quem peço desculpa por me servir do seu texto para publicar as poucas vergonhas que para aí grassam.

sexta-feira, janeiro 13, 2006

Finalmente a paz



Finalmente paz


Lá longe de tudo
Onde o tudo, ou o pouco
É muito longe
De tudo

No cume da montanha
Onde há o silêncio necessário à paz
Em noites sem luares incómodos

E onde o meu teto é um negrume
Salpicado de filigranas
De ventos norte, sibilinos, que nos golpeiam

E vergam giestas secas, afagam alcantis
Onde se acoita a águia de majestoso porte
E o lince perseguido pela crueldade
Da ignorância
Há uma sinfonia breve

Ribombos de trovão
Piar de mochos
Uivar de lobos
Gemidos de lince quase extinto e perseguido
Águias majestosas que teimam em voar
Altivas, majestoso porte.


Lá longe
No cume da montanha
Há finalmente a paz
Que sempre procurei
Em noites sem luar.
Lá longe
Na montanha
Que é só minha
Do vento
Do uivar dos lobos
Do piar dos mochos
Da minha necessária solidão
Há simplesmente
A paz que sempre procurei


quarta-feira, janeiro 11, 2006

Lisboa desleixada




Lisboa não é de facto uma cidadezinha feia!
É pena é que esteja tão abandonada.
É só passar por alguns belos recantos escondidos nos meandros das ruelas "trés typiques",que os parolos estrangeiros tanto parecem apreciar, que mais não são do que o espelho de uma misériazinha ancestral comezinha e constatar que a beleza não reside só num faduncho meloso, numa luz inegualável, nem na imúndice pobretanas deste nosso sítio meridional.
Gostaria que não fossemos uma espécie de magrebinos armados em europeus e tratássemos melhor do pouco que temos, mesmo sem ser monumental.
Então esta nossa Lisboa e o resto da paisagem que é este nosso País velho de tantos séculos, valeria a pena ser amado.


Em que estará ele a pensar?
E em que pensaria Rodin quando o esculpiu?
Se fosse criado nos dias de hoje talvez me não rrepugnaria pensar que o famoso pensador
reflectisse sobre o destino deste mundo desvairado em que tentamos sobreviver.

quarta-feira, janeiro 04, 2006

Jerónimo, o candidadto em que tenho pena de não votar



Ora aqui está o exemplo da bondade, do espirito cordato, da classe, da excelente educação, concorde-se ou não com ele.
O PC, com ele à sua frente só tem de sentir orgulhoso, pelas suas indefectíveis qualidades quer de ponderação, de savoir faire, de anti-arrogância.
E não se venha dizer que é preciso ser-se Dr., ouescrever muitos livros... para se ter a qualidade, a inteligência e até a cultura de homens raros com este, homem de um indefectível valor no mais amploi sentido da palavra.
Jerónimo de Sousa devia ser o exemplo que Soares devia seguir à risca para não continuar a ser toleirão, arrogante e convencido e apropalar baboseiras mais do que gastas.
Depois de assistir à entrevista com Jerópnimo de Sousa na televisão e se comungasse nos seus ideais, seria seguramente o candidadto em que votaria, deixando para trás a grosseria paranóica de Soares, a raiva de cão ferido de Louçã, que não passa de um cripto burguês social-fascista- trotzquista encapotado e vá lá, porque não dizê-lo até a velha simpatia dos tempos de faculdade que ainda nutro por Alegre, outro perdedor, que infelizmente parece não ter nada para oferecer senão a coragem de se opor aos que sendo seus camaradas lhe puxaram o tapete.
Parabéns SENHOR Jerónimo de Sousa, por ser aquilo que parce sem dúvida ser : um homem decente, digno do respeito de todos nós, muitos dos quais nunca souberam o preço de ter calos nas mãos.
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terça-feira, janeiro 03, 2006

O exemplo que o Dr Soares devia seguir.

Presidenciais
Soares acusa grupos de comunicação social de apoiarem Cavaco

Mário Soares acusou hoje alguns grupos de comunicação social de terem "combinado" apoiar a candidatura de Cavaco Silva à Presidência da República e criticou directamente a linha informativa seguida pela SIC na cobertura da campanha eleitoral


É fantástico como a cabeça do Dr. Soares caminha a passos largos para o amolecimento:
Agora ou é paranóico, ou então está como os putos a quem roubam o pião sem saber como o recuperar.
O que irá ainda aquela cabecinha produzir até ao dia 22 deste Janeiro, de um Ano Novo que afinal parece começar tão velho como o que acaba de se finar.
Tudo como dantes como em Abrantes, senão pior como em Rio Maior!!!
Com franqueza, este Senhor está de cabeça completamente perdida com a perspectiva da sua inevitável derrota e o pior é que parece insistir na toleima de que é ganhador.
faz lembrar os velhos tempos dos grupinhos que conspiravam e até para ir fazer uma miseranda mijinha era preciso pedi-lo à voz pequena, não fosse o inimigo dar-se conta!
Hoje ao ver em entrevista televisiva o candidato presidencial do PCP, constato estar em frente de alguém em que é verdadeira a verdadeira simplicidade, a bonomia, a sinceridade, a inegával aparência um bom homem, cordato, bem educado e de uma franca e indesmentível simpatia, por parte daquele lider do PCP, Jerónimo de Sousa, personagem digna do nossso mais alto apreço,mesmo não concordando com os seus ideais, pergunto-me porque não aprenderá o Dr Soares o exemplo daquele homen que desconhece a arrogância, a toleima e outras coisas mais em que o referido candidato do PS é especializado.
Enfin! Coisas que não mudam com um simples virar de ano no calendário