domingo, janeiro 22, 2006

País cinzento



Outro dia de elições.
Outro dia de gastos que este pobre País não pode mais suportar.
Promessas, demagogia, ansias de poder!
E lá fui eu cumprir a minha obrigação neste dia, em que as previsões anunciavam ser de sol radiante e que, afinal, amanheceu cinzentão, como cinzento é o povo que vi votar: gentes de toda a espécie, vestidos de escuro, ar pobre, triste, ou falsamente sorridente pela sua incontornável ignorância, velhos, deficientes, desdentados, feios..., ...( o que os pontinhos deixam, como que implícito, facilmente se adivinha-se), em suma a tristeza de um povo que um dia almejou uma liberdade, que veio de forma inadequada, mal compreendida, enganosa,...um País a morrer, mesmo que à hora dos resultados sorria porque pensa que ganhou.
E, no entanto, continua a haver gente que ainda não percebeu que não ganhou coisa nenhuma para além do que está escrito no fado deste povo de tão tristes horizontes: os horizontes do empobrecimento, da incultura, da não saú de e educação, o povo que apertando a palma nela nada encontrará.
País à beira mar plantado num cinzento inexoravelmente definitivo como a fotografia bem expressa, um cinzento tão igual ao das almas tristonhas de quem não antevê melhores dias.

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