quarta-feira, novembro 23, 2005

A ironia das teias que a vida tece


Conheceram-se na Guiné, durante a guerra colonial, nos anos em que este conflito estava no auge da sua violência: ele, jovem alferes médico, o outro, um novato furriel enfermeiro da sua companhia.
Embora as normas do regulamento militar não sancionassem o convívio entre sargentos e oficiais, foi a guerra que no seu desenrolar da misérias e da dores, de feridos e mortos, condicionou a grande amizade que a partir daí se estabeleceu entre ambos.
Depois, salvos e fisicamente intocados, o regresso e o inexorável afastamento de quem regressa às suas profissões anteriores.Mas, ironia do destino, que tantas vezes traça caminhos que a razão não compreende!
Inacreditavelmente, para além de curtos telefonemas e de combinações de encontros que acabaram por nunca se concretizar, estiveram anos sem se voltarem a ver, até ao dia em que sua filha lhe participou que tencionava casar.

E para maior espanto seu, exactamente com um filho dele, do seu indefectível amigo, o seu furriel das boas e más horas.
Teias que a vida tece.

4 comentários:

graziela disse...

a vida faz-nos cada surpresa!
um abraço
graziela

Maria Papoila disse...

Parece tirado de um romance...
Todas as coisas más têm um lado mais brilhante, não é?
Continue, continue!!
Um abraço.

isabel mendes ferreira disse...

BEIJOS MEU QUERIDO.....

Choninha disse...

Os fios invisíveis que nos unem. Gostei muito Jorge. Beijo grande. Deixáste-me sózinha todo o dia mas continuo a gostar muito de ti...