domingo, dezembro 31, 2006

a Escuridão da noite em Lisboa; e viva o municipio ou seja lá quem for!!!



Ontem, de regresso a casa, tentei dar uma volta por esta nossa Lisboa, para mostrar à minha tão querida e jovem neta de tenros quatro anos, as tão apregoadas iluminações natalícias.

De facto, vi por aí espalhadas as mais diversas figuras iluminadas, pendendo: anjinhos, borboletas, pais natais, estrelas de cauda fulgurante, etc...,etc..., atravessando a toda a largura, ruas e ruelas cinzentas de tristeza, miseráveis, ruas e ruelas ainda mais ou menos comercias da nossa terra ( as que ainda resistem aos gigantesco espaços comerciais de consumo desbragado), em decrepitude manifesta, mas que mesmo assim, tinha por uma cidade tão bela, de luminosidade imcomparável, ainda que pequena e provinciana, em relação a outras capitais europeias.

Mas surpresa das surpresas:

inacreditável, a iluminação pública de Lisboa deixou-me na boca o drama amargo da tristeza, da depressão, do atraso, de um cinzentismo quase determinante...(salazarento, abrilento, ou lá o que se quiser...), das luzes amarelas e mortiças do post-guerra de que ainda tenho uma lembrança viva...

É que, circular à noite por esta dita capital do antigo Império, é um verdadeiro pesadelo, tal é a escuridão que a ilumina: ...desde Alcantara ao Bairro Alto ( este trés tipique miserável)..., ruelas de casinhas e casinhotos quase rurais em agonia lenta, tascas e botecos insalubres, sítios sem universalidade, mas trés tipiques, um candeeiro aqui, outro muito mais além, alguns mesmo apagados, como se a morte os tivesse definitivamente banido por incurável moléstia,..paredes pejadas de nojentos gatafunhos a que pomposamente se usa chamar de grafites, gentes vultos tristes, sombrios e desgraçados em movimentos de silêncios tenebrosos, filas intermináveis de automóveis poluentes, alguns à espera de serem pagos a dolorosas prestações, um desastre, um cemitério em agonia , uma tristeza infinda, um cinzento plúmbleo de borrasca sem bonança à vista...

E os poderes corruptos e desintererssados, que nem no silêncio dos seus quartos têm a consciência da sua insignificância, da sua pequenêz, do seu servilismo aos interesse internacionais, a encherem as bocas largas e fartas de jogos dúbios de boys e amigalhaços, com ditos pacóvios. tais como: temos a maior árvore de Natal de toda a Europa e, ao mesmo tempo, lá estão ruas e ruelas , as nauseabundas tascas, de ambientes lúgubres e sórdidos, exalando a melancolia antiga da luminância igual à dos velhos candeeiros a gás de séculos atrás, ao som dissipado de um fado de secular miserabilismo!

Pobre Lisboa esta nossa, tão maltratada assim!

País de incapazes, porque, os que o não são, têm o bom senso de desandarem a tempo, para bem longe, à procura de outros horizontes.

Se calhar até nem merecemos outra Lisboa que não esta!!!

Lisboa à noite, não a das discotecas povoadas dos ditos agora tão na moda FAMOSOS, uns sub-urbanos de vão de escadas! Lisboa à noite, a imagem de desolação, de abandono total, o fim, o verdadeiro fim, nas ruas, becos e ruelas, ilusões tacanhas!...o verdeiro cinzentão das nossas almas lusas...

Como tacanho é este nosso País de malvados politiqueiros de pacotilha, onde qualquer povoado miserável é apelidado de cidade, assim sem mais nem menos-...( Canas de Sehorim a cidade!!! e outras imbecilidades dignas do Nacional piroso-parolismo)..., sendo que, nessa Europa onde ainda nos deixam viver, são essas grandiosas ditas nossas cidades, insignificantes aldeolas desoladas onde ninguém quer viver, País este nosso, de gente inconsciente, que esbanja o que tem e não tem, nem pode pagar, só para se acometer da hipocrisia mais abjecta dos seus dizeres: queridíssímos amigos: Feliz Natal e Bom Ano novo, enquanto por esse mundo fora, milhões de crianças, de velhos e de mulheres, morrem de fome e às mãos ignominiosas de máfias e lobies de criminosos, fabricantes de guerras e de interesses sem qualificação DICIONARIZÁVEL.O mundo enlouqueceu definitivamente, e, este nosso, embora tão minúsculo e desprezível, afinal, mesmo na sua insignificância, parece comandar o pelotão da frente.

Ao menos nisso somos campeões: Na chico-espertice portuga e crassa estupidez congénita nacional.

Afinal! UM Fado, afinal: O NOSSO TRISTE FADO DE UM VELÓRIO ANUNCIADO.

E não pensem que não sou patriota: Sou sim mas de uma forma lúcida e sem medos.

2 comentários:

Concha Pelayo/ AICA (de la Asociación Internacional de Críticos de Arte) disse...

Mi querido amigo Jorge: Has hecho una descripción apasionada de la situación de tu LISBOA, en Navidad. No has dejado detalle que no haya sido pormenorizado por tu sabia prosa. Te quejas de la escasa, o nula iluminación de las calles, del provincianismo, incluso, pese a ser Lisboa una de las ciudades más bellas de Europa.

Creo, sinceramente, que la Navidad es una fiesta provinciana en cualquier lugar, en cualquier rincón del mundo porque de ella surge el atavismo más puro. Precisamente por haberse transgedido su provincianismo las navidades nos están dejando de gustar.

En España, desde el año pasado, a la gente de ha dado por colgar en ventanas y balcones a una especie de Papá Noél, de rojo y blanco, claro, y cargado con su saco de "regalos". Yo los llamo zánganos, zanganillos y zangarrones, pues los hay de diferentes tamaños. Personalmente los encuentro ridículos y postizos, porque es una costumbre importada de USA y no me gusta USA y nada de lo que representa.

Yo, cada año soy más sobria en Navidad: nada de compras extras, nada de regalos estúpidos, nada de comilonas pantagruélicas...nada de nada. Quiero, con mi actitud, oponerme al impositor, al consumo por el consumo.

Cada vez me inquieta más la desigualdad y la insolidaridad y las burdas mentiras que desde el Poder nos lanzan. Quiero ser yo y mis circunstancias y cada vez me aparto más de todo aquello que representa algún estatus de poder porque me crispa su sola presencia.

No sé si me he hecho entender.

Por cierto, no dices nada de lo que dijo tu nieta Madalena de la iluminación de Lisboa.

Un fuerte abrazo amigo y FELIZ AÑO.

Concha.

Concha Pelayo/ AICA (de la Asociación Internacional de Críticos de Arte) disse...

Fernando, te he dejado un comentario en Ondas, sobre la lucidez.

Beso.