quinta-feira, dezembro 29, 2005

Um jantar em casa que acabou no restaurante

Mais um ano de todas as nossa vidas se gastou, se consumiu, com ou sem sentido
Mais um tempo que não volta atráz, um tempo que nos foge, que nos embacia e nos envelhece o olhar.
De volta à rotina da casa, com todas as beneces e martírios que esse facto acarreta consigo(CADA UM SABE DE SI), com críticas e mais críticas, e ditos, por vezes inconscientes, mas bem desgradáveis, tantas vezes, tão desagradáveis, injustos e inoportunos (..., só tens graça para os amigos e outros dislates, que compreendo e a que já vou estando habituado, mas sem saber bem qual a sua causa primeira- ditos só da boca para fora, sem pensar:..,espero bem..., ainda acredito perlo menos na amizade...),volto à intimidade profunda da minha reflexão mais íntima, da minha profunda tristeza de estar vivo, da angústia do passar dos dias, sempre iguais, sem referências de um porvir da tranquilidade que acho merecer, ao fim de tantos anos de dedicação, de entrega: de seriedade e honra de homem bom até.
E pergunto-me com uma fingida ingenuidade e até por isso, sem encontrar a resposta, que de antemão sei nunca encontrarei!
Há coisas, factos, emoções, que nunca se explicarão pela lógica racional, tão peculiares são a cada pessoa, a cada personalidade, a cada carácter, a cada estado emotivo, a cada qualquer coisa que se seja,...., como indivíduo filosoficamente único e irreplicável.
Desço à Terra mãe, à realidade dos dias de sol e sombra, de chuva, neve frio e calores abrasadores e chego então a mais uma descobera, a mais uma, como sempre é hábito chegar( se não teimasse em pelo menos tentar encontar razões, morreria), ...: a descoberta, que me liberta dessa tensão reflectiva que me angustia e agora me faz sentir diferente, talvez indiferente a esses dislates que sobre mim se abatem, qual tsunami impiedoso de voz tronituante que tento não ouvir, mal a porta de entrada da casa onde vivo... vegetal... se fecha. ( todos os dias aprendemos a enriquecer a nossa ignorância.
Choro, peno, sofro até, para dentro da minha alma apodrecida pelo sofrimento das minhas angústias do viver talvez imerecido e dou de caras com essa descoberta de coisas, aparentemente novas, e, que, afinal,... afinal, são tão velhas; coisas , emoções, estesias e factos de que nem suspeitava pudessem existir na minha consciência emocional mais profunda, pela desconfiança que nos dias que correm não evitamos epitelizar à nossa volta, neste mundo de permanente intriga e hipocrisia e que nos tocam profundamente, nos desperta, dizendo-nos que, afinal, estamos ainda vivos (e porque não merecidamente) : que há muita gente por aí, de quem vale a pena gostar à primeira, ou seja, ao primeiro golpe de asa.
Refiro-me ao que senti hoje, depois de um agradável jantar entre amigos, diria até, companheiros de armas, de caminhos de profissão, de onde sobressaíram duas almas, diferentes , porque são diferentes: uma delas, uma doce jovém, competente e devotada profissional de cardiologia pediátrica, a quem devo a salvação de um ente a quem quero bem, a outra, pela revelação da invejável doçura que mostra no casamento com um meu amigo expresso e que encara nessa ligação, apostando forte, ao ponto de o transformar num homem diferente; não diria melhor: mas diferente.
Então?... Porque não melhor?!
A todos eles, e especialmente a essas duas figuras, agradeço a pulsão emocional que me leva a escrevinhar estas linhas soltas, num fervilhar da emotividade celerada e tornada mais activa pelos eflúvios de um vinho abundante e de grande qualidade (a fazer inveja ao estúpido chauvinismo fracófono, que pensa ser filho dilecto de Baco; que descobriu que o vinho foi inventado por Franceses; que os Franceses é que descobriram a cebola de Setúbal e outras aleivosias franco-chauvinistas quejantes...), prova de que me não são, nem nunca serão, pessoas que passam na minha vida sem significar o episódio de mais um que se pensa conhecer, mas sim alguém que nos desperta mais, se é que é possível dizê-lo, um sentimento de amizade franca e imediata, desinteressada e livre.
Afecto talvez! Assim, tão simplesmente.
Hoje foi um dia para não mais esquecer!
Acho que finalmente vou dormir em paz!

7 comentários:

Ana disse...

olá!

eu gosto muito teu blog.

tenho uma pregunta: como colocar la fase de la luna en el blog?

eu só percibo um poco de portugûes :P

Obrigado.

Ana

Concha Pelayo/ AICA (de la Asociación Internacional de Críticos de Arte) disse...

Mi querido amigo Jorge. No sabes cómo agradezco tus palabras dejadas en mi blog de cartas. No puedo por menos de devolverte todos esos sentimientos porque me los inspiras igualmente. Tu bondad está por encima de toda duda.

Por lo que veo todos sufrimos, pese a "tenerlo todo" como creen algunos, -los más materialistas-.

Y es tan poquito lo que necsitaríamos para ser felices que bastaría con una vuelta a ese pasado, a esa niñez, en el pueblo, con los abuelos y los primos, con la alegría de saber que pertenecíamos a aquéllas familias extensas donde se convivia y vivían varias generaciones. Eso sí que era hermoso. Ahora las familias se han acortado y se disuelven por la "rosa de los vientos". Es verdad que la familia se compone de padres e hijos pero ese concepto es muy reducinista. Como la familia nuclear. La familia es mucho más, es no perder el nexo que nos unía a las generaciones anteriores. Por eso ahora nos sentimos tan tristes y más en estas fechas, porque sentimos que nos hemos mutilado poco a poco, afectivamente. Me comprendes amigo Jorge?

Me ha gustado mucho tu inteligente disertación contigo mismo. Estoy segura de que te ha servido de terapia. Te sentiste mejor cuando terminaste? a que sí?

Un fuerte abrazo amigo y muy Feliz Año Nuevo.

Por favor, sé feliz. Concha.

por um fio disse...

Olá, Jorge! Mas eu ainda não tinha acabado a minha apresentação quando vi o teu comentário!
Coincidência, acabei hoje de ler "O fechar do círculo". Posso dizer que fiquei a conhecer-te melhor?
Um Bom Ano Novo para ti e para o teu "círculo aberto" aos teus familiares e amigos.

Ana disse...

olá

obrigado por teu commentario :)

La verdad no he podido ir a visitar el blog de tu amigo, pero agradezco mucho tu visita, prometo darte noticias cuando ya lo haya hecho y te contaré si logré colocar la fase de la luna.

Gracias por la recomendación, trataré de conseguir la música, estoy segura es fascinante.

Muy feliz año nuevo para ti también. :)

Espero seguir en contacto.

Un abrazo enorme,

Ana

Concha Pelayo/ AICA (de la Asociación Internacional de Críticos de Arte) disse...

Feli Año Nuevo, amigo Jorge, para ti y para toda tu familia. Salud y prosperidad.

Daniel Carvalho Domingues disse...

Tenho andado um pouco fora da vida bloguistica deste país. Retornando agora, fico feliz por ver que voltou aos seus aguçados comentários à política nacional!

Desejo-lhe um bom ano de 2006!

Daniel Domingues
http://ocodigodani.blogspot.com/

isabel mendes ferreira disse...

poeta mas pouco.....e Joel Xavier é mesmo Genial....obrigado avõ....