quarta-feira, maio 04, 2005

As ironias desta vida

Ainda ontem tinha pensado nele.
Hoje logo pela manhã recebi a triste notícia da sua morte.
Fiquei de rastos.
Desapareceu um grande amigo, homem ainda na pujança de uma vida profissional promissora, de uma rara inteligência e de uma vontade pertinaz, quase heróica.
Por ironia, tinham-lhe prometido uma sobrevida bem mais longa para a sua terrível doença, mas afinal enganaram-se.
Morreu um homem, que como todos, tinha defeitos e qualidades, é certo, mas que no íntimo, era amigo do seu amigo e que não merecia desaparecer assim, tão bruscamente, de forma tão cruel, atingindo por uma terrível enfermidade, logo associada a outra, qual delas a pior - venha o diabo e escolha -, deixando os que verdadeiramente lhe tinham amizade, completamente destroçados.
No entanto, parece ser uma regra fatal e sem excepções, tal como é fatal e inexorável a nossa própria morte, o que só vem confirmar a inexistibilidade de tais excepções: que trastes que nada valem, que nada dão aos outros, e que como que por ironia, continuam a viver sem cerimónia, sem que nenhum mal os atinja ou castigue pela sua vilania.
Claro que haverá quem logo diga que isto é um chavão popularucho, mas a mim isso nada me afecta. Para esses , desculpar-em-ão: estou-me cagando.
Tenho direito ao desbafo do meu desgosto.
A vida tem destas coisas!
Por isso, o melhor é não fazer projectos e viver na totalidade um dia de cada vez.
E depois, venham lá convencer-me - (não se ofenda quem não pensa e sente como eu, que sou um fanático respeitador das opiniões dos outros) -,que Deus existe, que os Seus Mistérios são insondáveis e que foi o Divino Espirito Santo que escolheu o Huno Ratzinger para Sumo Sacerdote da Confissão Católica.
Meu caro e querido Luís, amigo de tantos anos e de tantas boas e más recordações: lá onde estás agora, se é que estás algures, fora desse teu corpo mortificado pelo sofrimento atróz da miserável doença que infelizmente te atingiu de forma tão brutal, definitivamente adormecido, fica sabendo que não te esquecerei e que muito embora um ou outro desentendimento que porventura algumas vezes tivemos, sempre fui um dos teus grandes e indefectíveis Amigos, daqueles de Verdade
O teu muito amigo de sempre.
Descansa agora em Paz meu saudoso companheiro.

5 comentários:

moon between golden stars disse...

Deixa-me só deixar-te um abraço...

******************************************************

by myself

isabel mendes ferreira disse...

anjo, fico triste, por ti, que te conheço tão bem, que sei como sofres quando se perde alguem.Não vou dizer mais nada. estou contigo. nas boas e más horas.Tu sabes que sim. abraço-te.

Carlos de Matos disse...

independentemente das confissões religiosas de cada um, eu estou convicto de que um dia nos vamos encontrar todos lá no eter!
também eu tenho muitas saudades de tantas e tão boas pessoas que já encetaram a viagem!
mas é com essa fé e com esta idade, que agora quando vejo partir alguém, me despeço com um ATÉ À VISTA!
e fico tranquilo.

Xi

moon between golden stars disse...

Quando deixo um abraço a alguém, faço-o da forma mais sincera que possa existir, quer conheça ou desconheça as pessoas... acho que é o mais reconfortante que poderia ter deixado... se me voltares a visitar... podes e deves tratar-me por tu ok?...

****************************************************

by myself

Moscardo Laranja disse...

Jorge,
O Presidente do Jardim da Luz (eu)
gostaria de agradecer os comentários e o "empurrãozinho" que o senhor deu.
Já deve saber que eu comento pouco e mal, mas apenas quero dar-lhe as minhas condolências...
O Presidente do Jardim da Luz, Moscardo de Laranja.