quarta-feira, abril 13, 2005

Anda, vem, não tenhas medo

Anda, vem, não tenhas medo.
E vê se consegues recordar-te
Do vermelho, do verde e do azul do céu.
Tenta recordá-los nas noites sem estrelas
Noites negras
Noites de um breu total.
Vem.
Guia-te por mim como se fosses cego,
Segura a minha mão,
Aperta as pálpebras,
E tenta recordar
O branco, no áspero contraste do negrume,
Prenhe de suaves gradientes de cinzento.
E se não fores capaz de te lembrar,
Aperta a minha mão.
Deixa-te levar por mim.
Deixa-me cantar-te uma canção de cores garridas.
E assim recordarás a melodia diáfana
Do vermelho, do verde e do azul do céu,
O branco imaculado,
O nosso afecto
Que recordo.
Porque mesmo também eu sem ver,
O quero tanto recordar!

2 comentários:

Anónimo disse...

Ou gosto ou não gosto!
sou assim!
Gosto!
Não te fazia poeta!
Engenheiro de sentimentos!
Oftalmologista das palavras!
Parabens!
xi

Anónimo disse...

o "28022005"
é o Solrac!
xi