domingo, novembro 27, 2005

Um Outro Dia Inesquecível


Um outro dia inesquecível


Hoje casou a sua outra filha.
A outra filha dos meus queridos amigos, amigos como se na verdade fossem irmãos mais novos: ele, pessoa de valor inestimável, quer como homem, quer como dedicado e competente profissional, capaz de ser grato, na sua imensa grandeza, o que nestas condições é inequívoco sinal de que se é grande, de alma e coração (agora, afinal, quem lhe é grato sou eu por essa sua nobreza e generosidade de carácter), ela, uma mulher inigualável: um ser encantador e quase inincontrável neste mundo louco de egoísmo em que vivemos.
E como se alguém escrevesse um conto e começasse assim:
Tudo aconteceu em Novembro.
Duas andorinhas que esvoaçaram do ninho encantado de uns invejáveis pais, que agora irão certamente e de forma inevitável espreitar de quando em vez esses ninhos vazios das suas pequeninas crias que outrora foram, agora feitas mulheres, acerca das quais, seguro estou, serem capazes de enfrentar este mundo alienado de hoje, com a coragem, a inteligência, a bondade e honradez que por esses pais devotados lhes foram ensinadas.
Desta vez, foi a daquela pequenina ternurenta que vi crescer e que, na traquinice dos seus tenros anos de menina, em tardes de praia, que tantas vezes passávamos juntos.
Ela, que enregelada, queixinho tremente, lábios arroxeados pelo frio da água gélida do mar, que mesmo em verões quentes, raramente aquece ao ponto de ser apetecível a franzinos corpinhos de criança, se recusava a sair do banho, garantindo nesse tiritar de frio, que não, …, que era só mais um mergulho, …, que não sentia frio,…, que era impressão nossa, … era só mais um mergulho!!!... e depois sairia, embrulhada na sua quentinha toalha turca de espesso pêlo.

Depois, a cerimónia, onde nem sequer o admirável: Embraceable de G. Gerchwin, nem tão pouco o belíssimo cântico de César Franch: Panis Angelicus foram esquecidos.
A seguir, a festa magnífica, num local primorosamente escolhido, o repasto digno de reis, o encontro de velhos e mais recentes amigos, a reconfirmação de amizades, enfim, um explodir de emoções incontidas e verdadeiras: uma festa de alegrias, uma elegia ao que de melhor o homem encerra em si próprio.
Um vinho magnífico, produto produzido pelo saber dos sonhadores recém casados: geniais e jovens, mas ousados engenheiros agrónomos, capazes de tal feito: produzir o seu próprio vinho, de óptima e indiscutível qualidade.
Tanta gente interessante ao mesmo tempo ali encontrada:
Um bem que raramente se consegue neste mundo conturbado em que afectos e emoções vão sendo a difícil excepção da equação da vida que nos vai consumindo dias e esperanças.
E nem faltou, como era de esperar a presença da família Toledana, agora como que uma família Bipátrida (Portugal e Espanha misturados nos seus corações, nas pessoas dos seus filhos, filhos das duas Pátrias, que o casamento assim tornou, unindo-os numa só pátria), por quem sinto tanta simpatia, a Mª de Lurdes e a sua encantadora filha, agora peças fundamentais da família dessa outra filha que também neste Novembro voou do ninho paternal para os braços do seu amor toledano. Para mim um dia inesquecível.
Obrigados meus queridos Pedro e Guida, por não terem esquecido este vosso velho e dedicado amigo

O vosso sempre Fernando

3 comentários:

graziela disse...

pelos vistos foi uma bela festa.
se tu estás contente eu também estou. é assim a amizade.
um abraço
graziela

graziela disse...

então "rapaz"? já que aqui vim deixo um abraço
graziela

Concha Pelayo/ AICA (de la Asociación Internacional de Críticos de Arte) disse...

Hola Jorge. Buen amigo es quIén se congrtula y disfruta con la felicidad de sus amigos. Felicidades para todos.