quinta-feira, outubro 27, 2005

No limiar




Onde está hoje esse meu amigo vento frio
Que me refresca a face
Que me consola a sede
Que de encontro a si, me faz lutar na caminhada

Porque me não deixa respirar o sol abrasador
Que nunca mais se vai
Para voltar só, quando for preciso
Onde está a melodia que liberta,
Dos sons de flautas que apaziguam deuses

Procuro e não encontro paz no silvo da serpente
Nem no suave canto de aves voando céus azuis
Nem no gorgolejo doce de águas
Saltando poldras de ribeiras moribundas

Queria tanto acariciar a natureza agora quase agonizante
Calar o riso desse sol escaldante
Que em criança tanto amei
Que me dói na alma, me abrasa agora e me angustia tanto
Queimando verdes já queimados
Acicatando fomes e misérias
Como se não bastassem já, tantas Guerras e traições
Rios exangues
Vulcões, tormentas ou tsunamis
Ah! Se o sol queimasse só o celerado responsável
E só esse
Esse homem destes tempos de desgraça.


1 comentário:

Concha Pelayo/ AICA (de la Asociación Internacional de Críticos de Arte) disse...

Jorge. Mucho dramatismo, mucho. Has hecho un repaso profundo de lo que acontece fuera de nosotros mismos y dentro. Te felicito.