terça-feira, julho 05, 2005

Tristeza sufocante


Sejas tu quem fores
Estejas aonde estiveres
Vem ao meu encontro.
Levanta a tua adaga
Fere-me
Fere-me
Corta-me a alma
Em mil pedaços
Diédricos, octogonais, cuboides,
Ou mesmo em grãos de poeira
Desfaz o puzzle da minha angustia.
Ofereço-te uma flor,
Uma rosa, cravo ou um jasmin
branco de neve, em troca da tua coragem
A que me falta por estar só
Sem o teu auxilio
Por isso te peço
Fere-me
Destroi tudo
Tudo o que sou
tudo o que nunca gostei de ser
Eu
Nada
Ninguém
No absoluto
E quando o vento levar os meus pedaços
Lembra-te de mim
Pensa nas rosas que fenecem
Oferece-me uma
Mesmo que em breve
Ela morra também, na minha sepultura incógnita
No vento
Perdida por aí
E assim talvez na morte serei por fim feliz.
É hoje sem fim a tristeza que me invade e pergunto-me porque me terá reservado a vida dias tão sombrios, que mal tão grande cometi, para ser merecedor de tão amargo castigo.

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