sexta-feira, janeiro 13, 2006
Finalmente a paz
Finalmente paz
Lá longe de tudo
Onde o tudo, ou o pouco
É muito longe
De tudo
No cume da montanha
Onde há o silêncio necessário à paz
Em noites sem luares incómodos
E onde o meu teto é um negrume
Salpicado de filigranas
De ventos norte, sibilinos, que nos golpeiam
E vergam giestas secas, afagam alcantis
Onde se acoita a águia de majestoso porte
E o lince perseguido pela crueldade
Da ignorância
Há uma sinfonia breve
Ribombos de trovão
Piar de mochos
Uivar de lobos
Gemidos de lince quase extinto e perseguido
Águias majestosas que teimam em voar
Altivas, majestoso porte.
Lá longe
No cume da montanha
Há finalmente a paz
Que sempre procurei
Em noites sem luar.
Lá longe
Na montanha
Que é só minha
Do vento
Do uivar dos lobos
Do piar dos mochos
Da minha necessária solidão
Há simplesmente
A paz que sempre procurei
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1 comentário:
bonito poema, Jorge, muito bonito mesmo. está aí a tua Terra.
um abraço
graziela
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