segunda-feira, novembro 07, 2005

Eleiçoes? Bandos de trapaceiros? Não, obrigado!



Quando nos lembramos de um passado ainda não muito longínquo, em que nos foram roubados os melhores anos da nossa vida, mandando gerações inteiras (salvo os habituais filhinhos protegidos do sistema à boa maneira da cunha Portuguesa), para uma injusta e inqualificável guerra colonial, em nome de não se sabe o quê, talvez um propalado amor pátrio, numa exaltação fanática, de cariz profundamente fascista, onde vimos morrer, tantas vezes, jovens, do melhor que este miserável País tinha como filhos e que o regímen Salazarista, tratava como bastardos, como carne para canhão, na defesa do que esse poder, então vigente, chamava de sagrado solo Pátrio, exultamos de um misto de saudade das fortes amizades ali acontecidas para sempre, alicerçadas de uma forma definitiva e irrefutável, na dor e no companheirismo e solidariedade da sobrevivência, e por outro lado, espumamos de raiva incontida, quando assistimos aos discursos demagógicos, provocadores de uma incontrolável volição, ditados pelas bocas da grande maioria dos políticos do agora, que nunca experimentaram nem a amargura da distância, nem o medo, ou o mais ínfimo sentimento de irmandade, entre camaradas verdadeiros, em tão difíceis circunstâncias: as do combate de guerrilha, nem qualquer outro sentimento alicerçado numa solidariedade verdadeira, tentando nos seus discursos mandar para o esquecimento, com desonra, esses milhares de mortos e mutilados que dessa hedionda e injustificada guerra resultaram, como se nada se tivesse passado ou nada de menor importância tenha acontecido, então explodimos, por não ser mais possível suportar tais desaforos.
E é vê-los guerrear, não em perigosas picadas africanas, mas nas lutas por um poder e desmedida ambição, pela repleção dos seus bolsos sem fundo ou pela ganância do poder pelo poder, força que lhes confere uma vida verdadeiramente ignóbil de desrespeito pelos que nada têm, tantas vezes para um pequeno pedaço do digno pão que cada honrado homem merece.
É só ligar a televisão e ver como se defrontam, como se vendem como Judas Iscariotes se vendeu, (cito as fontes da fabulação religiosa, tão só como estórias conto bem ficcionada), a troco de éfemeros poderes, neste mundo de tão breve passagem; e sorrio perante a pequenez dessas mentes que se aprontam para essa escalada cujo fim é o inexorável fim de todo aquele que nunca teve a mínima importância, aquele de quem a história nunca falará, aquele que depois de sucumbir cairá no insondável fundo do esquecimento como mais um homem vulgar, quiça mais sinistro do que os outros.

3 comentários:

AQUENATÓN disse...

Caro Jorge

Obrigado pelas palavras que deixou no meu cantinho de poesia e sonho.
Vamos sonhando acordados, porque a realidade é a mais cruel e visível face da vida de hoje.
Também vou passando e lendo os seus escritos e a sua sempre atenta crítica.

Obrigado.

Abraço

isabel mendes ferreira disse...

PARABÉNS PARABENS PARABENS...ESCREVO ISTO A 11 DE novembro... dia de fazeres aninhos...e tens CASTANHAS E AGUA-PÉ? BEIJOS....PARABEN PARABEN PARABENS. PRONTOS.

Carlos de Matos disse...

PARABÉNS! MUITOS E BONS! SÓ NÃO TE PERDOO O NÃO ME TERES OFERECIDO UM COPO DE TINTO! MEU GANDA MALUCO!


Xi